Quem sabe um dia me mudo pra lá




Um dia quem sabe me mudo pra lá. 
Me livro das dores, das amarras, dos dias cinzas, da rotina infinita. 
Um dia quem sabe, me mudo pra ver o sol nascer primeiro. 
Ver o mar verde brilhar e me banhar todos os dias no sal da sua água. 
Quem sabe um dia me mudo pra lá. Deixo de lado o que me prende. 
Ouso ser quem realmente sou. 
Largo a certeza e mergulho no infinito dos desejos. 
Deixo as máscaras e assumo a sinceridade. 
Quem sabe no próximo carnaval me mudo pra lá? 
Viver a simplicidade, pé na areia, vento no rosto e tintas nas telas. 
Porque deixar pra depois? 
A vida é um sopro e não sabemos pra onde vamos depois. 
Depois pode ser tarde. 
Talvez eu me mude. 
Que a verdade se manifeste. 
Que a arte reverbere. 
Que a essência suprema desperte. 
Sempre existe um depois, um porém, todavia, entretanto. 
A realidade me prende, me acorrenta no castelo que eu mesma ergui. 
Talvez eu me mude pra lá. 
Lá onde as pessoas sorriem, onde o abraço é sincero, onde o Brasil é mais Brasil. 
Onde o solo acolhe, a chuva brinda e o sol aquece o coração.

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