Tempos de Confinamento
Onde está aquele ser onipontente
e onipresente, senhor absoluto do planeta Terra? Aqueles que matam por esporte,
confinam animais, subjugam, escravizam. Donos da verdade suprema e da
inteligência absoluta, onde estão? Confinados como gado nas suas casas, sob a
ameaça de um vírus intruso. Algo que não podemos nem sequer ver, nos mostra a nossa
pequenez, nossa incapacidade, nossa irrelevância no universo.
Será que acabou a supremacia da raça humana no planeta azul?
De que adiantou dominarmos uns aos outros, estabelecermos fronteiras, acharmos
que o povo daqui é melhor que o povo de lá. A ganância dos empresários que
esfolam seus funcionários para triplicar sua fortuna. Ser de esquerda ou de
direita, não respeitarmos pensamentos, posições antagônicas às nossas. Nem
sequer escutarmos o que as outras pessoas tem a dizer? Afinal "time is money" não
é mesmo? E agora? Agora sobra-nos tempo. O vírus nos encarceirou e nos voltamos
para dentro do nosso mundo minúsculo, vazio, inútil. De nada adianta a globalização
se não pudemos ir sequer no parque ao lado caminhar.
Afinal, temos sempre a razão. O meu Deus é melhor que o seu.
A minha fé é mais verdadeira. Posso lhe ensinar a viver uma vida bem melhor,
você pode ser mais rico, pode ter sucesso, influenciar e liderar pessoas. De que adiantaram tantas teorias, tantos
seguidores, tantos conteúdos que abarrotam nossa timeline se as pessoas não entendem
uma única lei que faz sentido: a lei da natureza.
O sol brilha lá fora e aqui dentro vivemos dias sombrios e
desesperadores. Impérios ruindo, estratégias desmoronando, planos e metas
derretendo. O mundo surpreendido por uma doença invisível. Somos animais
confinados na nossa ignorância, no nosso egoísmo e na nossa hipocrisia. O
desespero de uma raça pede que seu Deus olhe por nós, nos salve, nos abençoe,
nos ilumine. Não podemos morrer agora, ah e é logico: exigimos uma vida eterna.
E para completar a saga, temos um líder que toma as decisões
mais estapafúrdias, representante do ódio, da ignorância, da falta de
diplomacia. Herdeiro puro desse modelo de vida ultrapassado e que faz de
nós uma nação desgovernada e deselegante. Ainda não sabemos aonde essa escolha
patética irá nos levar.
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