As imagens ficam.
Porque fazer um ensaio fotográfico os 52 anos? Me questionava. Creio que pelo mesmo motivo que resolvi fazer a primeira tatuagem aos 50. Talvez um presente por chegar até aqui. Uma vontade de dizer aos preconceituosos que a idade pode estar nas rugas, na flacidez, nas celulites, mas não na alma, no espírito e nos sonhos.
E o preconceito existe sim. Mulheres de 50 tornam-se invisíveis. Invisíveis no mercado de trabalho, invisíveis diante do padrão estético e invisíveis muitas vezes para si mesmas que esquecem dos seus propósitos. É uma maneira de dizer que estamos aqui, femininas, fortes e felizes. Mais que uma aceitação, uma quebra de paradigmas.
Fiz um ensaio fotográfico quando engravidei, aos 29 anos. Sabia que seria a primeira e única gravidez e achei importante registrar minha bela condição.
Agora, foi uma forma de alinhar o meu trabalho artístico a imagens que revelassem alguma indignação.
Minhas pinturas falam muito sobre sexualidade feminina e o ensaio também foi uma forma de expor esse tema. Gostei muito da experiência e do resultado. Achava que seria o último, porém, agora, gostei da brincadeira. Obrigada a Vera Loik Fotografia por me ajudar a compor imagens que falam muito sobre mim. E o mais legal é que o tempo passa, mas as imagens ficam.
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